Entrevista feira pelo querido irmão Flávio Araújo da Glomaron, em mesa redonda virtual realizada no dia 18/11/2023. Permite que se conheça um pouco mais o meu trabalho maçônico.
1) - Michael, você que é um estudioso da maçonaria, conhece profundamente a sua evolução. Vendo a situação da Maçonaria atual, com evasão e até desinteresse. Na sua opinião: Este é um momento pontual, que já aconteceu em outros tempos ou é uma nova realidade que precisamos admitir e até nos preocupar?
Parece que o problema não é só brasileiro. A CMSB tem dados recentes, até o ano de 2020 e alguns números são preocupantes. Por exemplo: De 2008 o número de obreiros filiados à Lojas da CMSB cresceu 88.920 para 107.658. No mesmo período o GOB perdeu alguns obreiros, de 74.873 para 73.138. E a COMAB que tem dados apenas de 2016 em diante passou de 39.800 para 41.671. Na verdade, a maior parte da Lojas desta última nasce de dissidências do GOB.
Muito pior é a situação da maçonaria nos EUA que de 1.534.821 obreiros em 2008, caiu para apenas 1.048.005 em 2020. Esta situação se repete na Inglaterra, no mesmo período de 258.033 para 193.495 e na França, de 37.722 para 30.741. Os números dos demais países da Europa são pífios: a Alemanha tem 15.500 obreiros, Portugal e Espanha em torno de 3.000 cada um. O total somado dos obreiros da Turquia, África do Sul, China, Finlândia, Japão e Índia em 2020 é 22.200, menor do que várias GL no Brasil.
Esses números ainda não refletem o colossal estrago feito pela pandemia nos anos posteriores ao levantamento, que impactou severamente, tanto lá quando aqui, a redução do número de Lojas ativas e a defecção de membros.
Isso mostra claramente uma nova realidade na Ordem e que certamente devemos nos preocupar, e muito.
2) - Segundo sua experiência e vivência do ensino e prática maçônica, as lojas brasileiras tem obtido sucesso na tarefa de estimular o aperfeiçoamento pessoal de seus obreiros? Como seria possível aprimorar essa atividade?
Infelizmente não. E falo com a experiência de ter visitado muitas centenas de Lojas em todo o país ao longo de muitos anos.
De uma maneira geral se pratica muito pouco “maçonaria” nas Lojas, claro que com poucas e honrosas exceções. Em função de uma educação “cartorial”, herdada da cultura portuguesa, a maior parte das sessões em Loja são de administração e não de estudo. Aliás, chega a ser ridícula a nominação de “um quarto de hora de estudos” na maçonaria. Na média de 45 sessões por ano, 15 minutos de estudos representam 675 minutos, ou seja, pouco mais de 11 HORAS POR ANO. Como é que se aprende maçonaria desta forma.
Tenho visto sessões sem estudo algum, onde se discute o cardápio das festas, a reforma do templo, a troca das lâmpadas, etc., assuntos que poderiam ser resolvidos em reuniões administrativas fora da Loja a qualquer hora, deixando o tempo da sessão reservado unicamente para o que importa: apresentação de propostas de candidatos, votação das sindicâncias, leitura dos atos do Grão Mestrado e trabalhos, estudo, estudo, estudo.
É importante destacar que a maçonaria nasce na Inglaterra e copia o modelo de gestão da monarquia, que era o único método que se conhecia então. Quando se elege o VM, está se elegendo o Rei, que simbolicamente ocupa o “trono de Salomão”. A Loja delega-lhe o poder de mando e ele não precisa perguntar a ninguém o que fazer, decide por conta própria. Como fomos criados em outro sistema de governo, a qual chamamos “democracia”, os VV.MM. eleitos tendem a criar conselhos, comissões, grupos de apoio, etc. Isso não é ruim, mas deve se ter a clara consciência de que assuntos administrativos não devem ser discutidos no tempo de sessão da Loja maçônica. Mas isso será uma mudança muito difícil, senão impossível, de implantar, porque é uma questão cultural.
Para compensar, pouquíssimas Lojas, e irmãos de boa vontade, tem realizado sessões extras, em finais de semana, com os irmãos aprendizes e outros que se interessam em aprender, em finais de semana.
Também as Lojas Virtuais, a Lives, e outras Lojas presenciais dirigidas por irmãos de mente aberta, como a Liceu, e Epaminondas e mais algumas, tem elevado o nível de cultura maçônica apresentando temas interessantíssimos em plataformas virtuais. Infelizmente a frequência é baixíssima. Dos 222.000 irmãos brasileiros, a frequência média é inferior a cem, o que em estatística é apenas um traço.
3) - Muitos já falaram da importância de pensar o passado para compreender o presente e idealizar o futuro. Temos, ao longo do tempo, estudado muito nossas origens, o nosso passado, as influências filosóficas e políticas que recebemos e nos trouxeram até os dias atuais. Mesmo assim ainda enfrentamos os mesmos velhos entraves e continuamos colecionando novos, a cada ano. Ouvimos sempre os irmãos replicarem que a Ordem é perfeita o maçom que não o é. Porque não conseguimos equilibrar essa equação, porque estamos levando tanto tempo para implementar as transformações que a nossa Ordem postula?
É uma falácia recorrente a expressão “a Ordem é perfeita, mas o maçom não é”. Perfeito é somente o GADU. A maçonaria é criação humana, e tal como os seus criadores eivada de imperfeições, desde a sua fundação quando se dividiu em antigos e modernos, sem precisar citar as inúmeras dissenções ao longo da história, no Brasil e no mundo.
A maçonaria na Inglaterra é fruto do encontro de mudanças culturais, econômicas, religiosas e filosóficas. É uma tentativa de resgate da alegria de viver, da confraternização depois de mais de um século de desgraças contínuas, sequenciais, guerra dos trinta anos, decapitação de um rei, tentativa de implantação de uma república, retorno à monarquia, política de cercamento, peste bubônica e o grande incêndio de Londres. Milhares de mortes e incontáveis vítimas com graves sequelas enquanto a Inglaterra se torna cada vez mais poderosa e rica, e isso beneficia a nobreza e a “gentry”, e o povo cada vez mais pobre ou mesmo miserável.
E talvez nada disso mudaria se não fosse a insensata decisão de um novo rei Jaime II, católico, de isentar os católicos de impostos, sobretaxando os anglicanos protestantes. Aí o poder econômico e religioso se manifestou. A Royal Society, refúgio das mais brilhantes mentes da época, praticamente todos com grandes fortunas e títulos de nobreza é instada a criar um documento que preservasse o “status quo” da afluente sociedade britânica. Discutidos os termos no manto de segredo que envolve as “lodges” vem à luz “The Bill of Rights” que cria a monarquia parlamentarista inglesa. “O rei reina, mas o parlamento governa”. E o Parlamento, que efetivamente governa, é dividido em Câmara Alta, a nobreza, e a Câmara Baixa, a “gentry”, os bem nascidos, proprietários de terras, comerciantes e industriais, sem títulos nobiliárquicos, mas donos de fortunas.
Na época a nascente maçonaria, as Lojas especulativas, se unem com o objetivo comum, político e econômico, de deposição de um Rei, que na época era mais ou menos um semideus. Isso nunca mais aconteceu na história, mas serviu para dar à Ordem um enorme poder e prestígio, que com o passar do tempo decaiu na vala comum dos defeitos humanos.
Transformações profundas ocorrem quando fatos importantes sobrevêm à sociedade, tais como revoluções, ou para usar um exemplo menos sangrento, a conquista da Lua pelo homem. Não havendo um grande motivo não acontecem grandes mudanças porque o homem prefere estar na zona de conforto a se arriscar a maiores saltos. Então, não havendo maiores motivos, a sociedade e a maçonaria continuarão como estão.
Nos últimos cinco séculos ouve um grande mudança na sociedade com a invenção da prensa de tipos móveis, com a bula de Lutero protestando contra a corrupção da Igreja de Roma; com as mudanças implantadas pelo Rei Henrique XVIII expulsando a Igreja de Roma da Inglaterra, proibindo o ensino da escolástica e criando a política de cercamentos; com as descobertas da ciência e com a nova filosofia iluminista; com a revolução francesa e com os movimentos nacionalistas de independência, com a invenção do computador, a conquista da Lua e o advento da internet e outras tantas coisas. Como disse Einstein: - a mente ampliada não volta ao tamanho anterior.
Mas na maçonaria nós nos aferramos a velhas e algumas até mofadas tradições achando que modernizar poderá destruir os benefícios adquiridos. A Igreja de Roma sempre pensou a mesma coisa. E o surgimento e explosivo crescimento das igrejas neopentecostais lhes mostrou como estavam errados e tiveram de mudar criando outros modelos de ritos que não fossem a monótona missa rezada em latim.
Mas coisas muito grandes, mudam muito devagar. É muito diferente a mudança de rota de um navio transatlântico e de um bote a motor. A maçonaria nem é tão antiga e nem tão grande quanto a igreja de Roma e deveria ser muito mais fácil modernizar se não fosse a acomodação ou vaidade de muitos de seus dirigentes.
4) - É fato que a Maçonaria precisa de um rejuvenescimento: Já vimos iniciações com mais de 10 candidatos! Hoje raramente tem loja que quando faz é somente um candidato. O que fazer para mudar esse quadro? isso em seu modo de pensar, ensinar e mostrar realidades sem contar que as vezes os mestres sequer fazem sua parte!
A minha iniciação, em 1981, teve 14 candidatos, de duas Lojas em conjunto. Isso raramente tornou a ocorrer. Mas era outra época, do telefone preto de ebonite, do telex, da tecnológica novidade do fax, do Simca, do Gordini, do Aero Willis e de uma geração que lia, se informava pelos excelentes jornais da época, que recebia as notícias pelo Reporter Esso ao som de musica clássica, de uma geração que buscava um emprego para a vida inteira. Era a geração dos “babies boomers,” nascidos entre 1946 e 1964.
São indivíduos que viveram as grandes transformações do pós-guerra. Criados com rigidez e disciplina, cresceram focados e obstinados, valorizando o trabalho, a família, a realização pessoal, a estabilidade financeira e a busca por melhores condições de vida. Seu maior objetivo era a aquisição da casa própria, do carro, criar os filhos com boa educação e a sua presença na maçonaria, ou em clubes de serviço como Rotary e Lions, estabelecia um poderoso status social. Esse indivíduo tem hoje mais de 60 anos e representa a maioria dos membros da Ordem.
A sociedade sofreu imensas transformações, com uma velocidade inaudita. Passamos do telex e do fax para velozes computadores e telefones inteligentes que nos põe em contato instantâneo com o mundo todo, com voz, imagem e texto. Maquinas de escrever, telex e fax são peças de museus. As enciclopédias foram substituídas pelo Google, que estará sendo escanteado pela IA em poucos anos. O WhatsApp, Instagram e Facebook são onipresentes e ocupam a maior parte do tempo. O que temos a oferecer às novas gerações?
Estamos buscando atrair agora para a maçonaria os membros da Geração Y também chamados de “Millennials”. Um estudo do Itaú BBA mostra que estes compõe a maior fatia da população do Brasil, cerca de 50% da força de trabalho do país. Esse grupo era ainda criança ou bem jovem na virada do milênio. Considerado criativo e alinhado às causas sociais, de modo diferente dos “babies boomers”, não tem como prioridades o trabalho intenso, ou a formação de uma família e muito menos busca por estabilidade na carreira, saltando frequentemente de trabalho em trabalho. Acostumados com a tecnologia, são multitarefas, impulsivos, competitivos, questionadores e desejam rápido crescimento profissional e financeiro.
Mais difícil ainda será trazer para a Ordem a Geração Z. Os jovens que nasceram a partir de 1997, estão entrando ou estão prestes a entrar no mercado de trabalho.
Eles são nativos digitais, ou seja, convivem com o universo da internet, mídias sociais e recursos tecnológicos desde o nascimento. Além disso, são multifocais e aprendem de várias maneiras, usando múltiplas fontes e objetos de aprendizagem. Costumam acompanhar os acontecimentos em tempo real, comunicam-se intensamente por meios digitais e estão sempre online. Em termos de comportamento, tendem a se engajar em questões ambientais, sociais e identitárias.
Pergunto mais uma vez, o que podemos oferecer a eles?
Sessões aborrecidas com monótonas leituras de atas, que chamamos de balaústres, com quilométricos e inúteis cabeçalhos (em tempo de documentos financeiros e contratos enviados instantaneamente pelo WhatsApp); rituais vetustos e sem sentido em tempos de alta velocidade e simplicidade em todas as decisões, inclusive em tempos dos modernos e bastantes enxutos sistemas de gestão por Qualidade Total; rituais complicados eivados de erros de linguagem, sintaxe e concordância, em linguagem arcaica, sem que ninguém se digne a explicar o sentido daquilo; Lojas que se reúnem apenas para auto festejar, com raras ou nenhuma ação social efetiva (e bolsas que arrecadam vergonhosos valores “para beneficência”; etc
Essas novas gerações não têm nenhum interesse em participar de coisas assim, quando podem auxiliar ONGs como Médicos sem Fronteiras ou WWF e dezenas de outras que fazem e apregoam o efetivo trabalho que executam, assim como muitas Igrejas ou instituições. Será cada mais difícil convencer estes jovens a se unirem à maçonaria.
Apenas uma espetacular mudança de postura poderá traze-los à Ordem e perpetuar os riquíssimos ensinamentos maçônicos.
5) - O que será necessário para a Maçonaria dar saltos quânticos, especialmente na qualidade de seus Obreiros e na promoção da felicidade da humanidade?
Aproveito para estender a resposta da questão anterior.
Muitas vezes não nos apercebemos do grande impacto que pequenas mudanças, sutis transformações, causam à sociedade. Alguns exemplos: a caneta esferográfica que substituiu a antiga caneta tinteiro; o telefone celular, que aposentou um grande número de meios de comunicação; o computador, que mandou as máquinas de escrever para os museus; o forno de micro-ondas que gradativamente vai substituindo os fogões, e assim por diante.
Há coisas para mudar na maçonaria e adianto vou “roubartilhar” ensinamentos e sugestões do Mestre Eleutério:
1) Encerrar de uma vez por todas nas sessões maçônicas aquilo que não seja referente ao grau, mantendo apenas aberturas e encerramentos ritualísticos e circulação de bolsas de propostas e informações e de beneficência.
2) TODAS AS SESSÕES MAÇONICAS TERÃO TEMPO DE ESTUDOS OBRIGATÓRIO, SEM LIMITAÇÃO DE TEMPO. Os mestres terão a obrigação de apresentar estudos e comentários para cada instrução dos graus iniciais.
3) Além dos temas maçônicos propriamente ditos deverão ser incorporados estudos sobre temas nos quais as novas gerações
tem interesse, como meio ambiente, economia, tecnologia, relações internacionais, etc., trazendo quando necessário especialistas para apresentar estes temas, mesmo que não sejam maçons.
4) Todas as sessões serão de aprendiz, com transformação para as sessões de companheiro e mestre. Nestes casos, os aprendizes deverão ter instruções com um mestre experiente em outra sala da Loja.
5) Quando for possível iniciar um pouco antes transferindo o ágape para antes da sessão (por ex. as 19h00) e deixando os trabalhos para depois. Vi incontáveis vezes irmãos pressionando o VM para encerrar logo porque era tarde e estavam com fome.
6) Todos os documentos que puderem ser enviados de forma eletrônica ou pregados no quadro de avisos da Loja deixarão de ser lidos nas sessões. É absoluta bobagem dizer que a esposa tem acesso ao celular do marido e por esta razão ficara sabendo dos “segredos” da maçonaria. Todos os pretensos “segredos” estão publicamente expostos há pelo menos 300 anos.
7) As iniciações deverão ser criteriosamente ensaiadas, e os textos lidos por quem não tem dificuldade de pronúncia. Alguns bons irmãos leem com dificuldade e a cerimônia se torna ridiculamente dolorosa com os engasgos e pronuncias erradas. Além disso excluir completamente da sessão piadas, brincadeiras, arrastar o candidato depois da taça, conversas de bode, etc. Tive um VM, policial, que dava tiros de revolver perto do ouvido do neófito achando que prestava um grande serviço à maçonaria.
8) Determinar tarefas aos aprendizes como leitura e resumo de bons livros maçônicos (e para isso as Lojas deverão formas bibliotecas), visitas a irmãos acamados ou mesmo retirados das Lojas, levantar necessidades de pessoas conhecidas e trazer para a hospitalaria (as vezes a necessidade não é de dinheiro, mas apenas de uma visita); redigir documentos solicitando às autoridades a correção de algumas falhas na estrutura da cidade, como buracos no asfalto ou postes sem lâmpadas (porque juraram tornar feliz a humanidade), etc.
9) Não transformar os aprendizes e companheiros em “escravos” dos mestres designando-lhes tarefas mais simples e até humilhantes, como varrer o chão do salão ou lavar os pratos do jantar. O exemplo de humildade, dedicação e trabalho deve partir dos mestres. Ou se contrata alguém para fazer ou os mestres fazem junto e até antes.
10) Os trabalhos apresentados pelos irmãos aprendizes e companheiros devem ter conteúdo de qualidade. Tenho visto inúmeras vezes trabalhos ridículos, mal copiados e mal apresentados, sendo elogiados como a última maravilha do mundo. Ao elogiar uma porcaria deixamos de instruir o aprendiz no bom caminho dando-lhe a clara impressão de que na Loja também nos valemos de mentira e hipocrisia. Não é para ofender ninguém, é para orientar os estudos no sentido adequado.
O irmão Eleutério, destacando que a maçonaria é uma sociedade iniciática vislumbra que em algum futuro, não tão remoto, colocar-se-á no candidato um óculos de realidade virtual para a iniciação e que os ruídos, raios e trovões e demais aspectos da iniciação terão um impacto muito maior sobre o neófito. Nos Estados Unidos e na Inglaterra já existem iniciações que são representadas como peças de teatro, com atores profissionais, maçons. O efeito sobre o espírito de que assiste é avassalador, mesmo para os iniciados há muito tempo.
6) - Quais foram as principais transformações nas suas vidas pessoal, familiar, profissional, cidadania e maçônica, a partir de 3/10/1981?
Quando adolescente fui jornalista em Sorocaba e trabalhei no jornal que pertence à Fundação Ubaldino do Amaral, composta por irmãos a ARLS Perseverança III do GOB, uma das Lojas mais antigas do país, com um quadro de irmãos que ilustra a história pátria e uma relevante folha de serviços prestada à sociedade.
Liderava esta Fundação, composta de ilustres sorocabanos, o Irmão Laelso Rodrigues que se tornaria Grão Mestre do Grande Oriente do Brasil. Ao ver o desprendimento e dedicação com que se dedicavam à causa publica desejei ser maçom também.
Isso ocorreu em 1981, quando então o meu patrão, irmão Sandoval Ribeiro Soares, na época Grande Secretário de Relações Interiores da GLEMS, e mais dois outros irmãos, José Adelino de Carvalho e Francisco Antônio Von Spitzenbergen, todos já no Oriente Eterno, se uniram para me apadrinhar na ARLS Estrela do Sul n. 3, em Campo Grande, MS. Como eu já disse éramos 14, hoje, daquele grupo restam apenas 2.
É difícil imaginar a minha vida sem a maçonaria. Eu me dediquei desde então a tentar cumprir o juramento feito buscando levantar templos à virtude e masmorras ao vício. Não tenho vício algum e lidero campanhas de beneficência há décadas, através de minhas palestras e livros que geraram mais de duzentas toneladas de doação de alimentos, milhares de peças de roupas e agasalhos, milhares de livros (formei duas bibliotecas, uma em uma escola pública e outra numa casa de internação de menores em Brasília); doei um forno industrial de assar de pão para um Centro Espírita em Luziânia; doei uma máquina de fraldas para o Rotary Clube de Valparaíso de Goiás; ajudei a reformar telhados de creches e o mobiliário de um asilo de idosos; todos os anos faço campanhas de doação de material escolar para crianças carentes e de festa de Natal também para eles. Mantenho um grupo de doação de medicamentos, um outro de Ensinamentos Maçônicos que já teve mais de dois milhões de postagens e um blog maçônico que ultrapassou 500.000 visualizações. Isso é o trabalho de um único homem transformado pela Ordem.
Quando tive câncer no rim e fiquei desempregado as Lojas de Brasília e de Goiás que me conheciam se uniram e passaram a direcionar as bolsas para a minha manutenção até que poucos meses depois, recuperado, eu pudesse voltar a trabalhar.
Essa é a maçonaria que eu vivo e prego: estudo, dedicação aos que tem menos sorte, levar conforto aos que perderam a esperança.
7) - Irmão Michael Winetzki, A Felicidade existe? Qual o caminho para a felicidade?
Isso eu não preciso dizer. Escrevi o livro "O caminho da felicidade"
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