Leonardo Elias, MM, Membro Correspondente da AMVBL
Resumo
O presente estudo se delineia sobre o tema ensino e aprendizagem frente à formação integral do indivíduo. Dessa forma, busca enquanto objetivo elucidar os principais aspectos que se apresentam enquanto fundamentais no processo de ensino e aprendizagem mediante a relação professor e aluno dentro da sala de aula. Para alcançar os objetivos propostos, a presente pesquisa se apropriou de um estudo bibliográfico, qualitativo, buscando através da literatura existente nas principais bases de dados, elucidar os aspectos propostos. Enquanto resultados, a pesquisa tem demostrado diferenciações específicas mediante o ensino e apropriação da aprendizagem por parte do aluno, elucidando os aspectos relacionados às suas crenças, comportamentos e desejos frente ao processo de ensino e aprendizagem. No entanto, tais resultados não podem ser concebidos de forma generalizada. Essa se deve, a partir das variáveis estudadas serem da ordem subjetiva, podendo variar de um indivíduo para outro, ou no mesmo indivíduo em momentos distintos de sua vida.
Palavras-chaves: aprender ensinar transformar
Introdução
O contexto escolar assim como a sociedade em geral está passando por significativas mudanças. Essas afetam a todas as áreas, sejam no âmbito pessoal, educacional ou profissional. Diante disso, as escolas se deparam com diferenças emergentes dentro de seu quadro de professores e alunos.
Diante de novo e emergente cenário, se configuram as diferentes subjetividades, convivendo num mesmo espaço educacional. Nesse sentido, faz-se necessário cada vez mais as escolas buscarem entender tais diferenças nos perfis de cada aluno e a partir delas buscando a motivação para a aprendizagem, um ensino eficaz, gerenciamento construtivos dos conflitos e a integração cada vez mais do ensino e da aprendizagem. Para tanto propões enquanto questão norteadora: quais os aspectos envolvidos frente ao processo de ensino e aprendizagem para a formação integral do aluno no contexto educacional?
Nesse sentido, o objetivo desse trabalho está pautado sobre as contribuições da escola no processo de ensino e aprendizagem para a formação integral do indivíduo. Dessa maneira, o estudo se desenvolve sobre os aspectos das diferenças oriundas a partir da multi-subjetividadades nos ambientes escolares. Para tanto, busca discorrer sobre as suas conceituações e caracterizações, bem como sobre os aspectos envolvidos no relacionamento dos mesmos. Sendo, no entanto, analisados as principais característica e possibilidade de gerenciamento dessas diferenças e a contribuição do papel do professor na formação integral do aluno.
Diante disso, se justifica o presente estudo ao abordar a contribuição que possa fornecer perante esse reconhecimento e identificando os benefícios refletidos na educação. Portanto, também se torna relevante, na medida em que busca sistematizar os estudos já realizados sobre a temática. Dessa forma, contribuindo para o estabelecimento de possíveis estratégias institucionais que promovem e acentuam o ensino e a aprendizagem de forma eficaz e construtiva nas relações entre professores e alunos. Também se torna relevante uma vez que servirá de base para futuras pesquisas acadêmicas e científicas, buscando dessa forma contribuir com a literatura teórica sobre o tema.
Para tanto, o presente trabalho se caracteriza enquanto uma revisão bibliográfica, possibilitando uma melhor abordagem sobre o ensinar e o aprender no processo de formação do aluno. A literatura selecionada a partir da temática, para investigar o problema de pesquisa, foi realizada uma pesquisa bibliográfica, que conforme Vergara (2013, p. 43) “é o estudo desenvolvido com base nos materiais publicados em livros, revistas, jornais, redes eletrônicas, isto é, materiais acessíveis ao público em geral”. A análise descritiva dos resultados, possibilitou a elencar as principais contribuições e suas respectivas aplicabilidades no contexto educacional.
Ensino e aprendizagem enquanto formação do indivíduo
Os professores devem ser capazes de detectar falhas e dificuldades pessoais que podem prejudicar diretamente seu papel como treinadores. A realidade é que tem um grande impacto na vida dos alunos que observam e reproduzem o que veem e ouvem; cada um explica as ações e palavras do professor à sua maneira. Portanto, podemos ter certeza que se a mudança e o aprendizado são bons ou ruins depende da disponibilidade do professor em focar no que ele faz na frente dos alunos para que possa trazer benefícios para o seu desenvolvimento global (MEDEIROS, 2017).
Segundo Medeiros (2017), essa criança é essencialmente uma pessoa que busca aprender constantemente, pois está construindo sua própria personalidade e valores por meio da observação e do relacionamento com os outros. Considerando que ainda são uma parte importante da vida escolar, refletimos que o professor tem uma grande responsabilidade em tudo o que é ensinado a essa criança. Portanto, os professores devem estar cientes de que a forma como os alunos são tratados terá um peso enorme na forma como os alunos se tornam adultos.
A aprendizagem e a construção do conhecimento, bem como a formação pessoal do aluno e a chance de sucesso ou fracasso depende muito da qualidade da relação entre educadores e alunos. Nas escolas, o conhecimento é construído na interação entre o sujeito e o meio ambiente, o sujeito e o objeto de conhecimento, especialmente nas relações interpessoais que o aluno estabelece. (CIMINO, 2017).
Parece que a relação entre professores e alunos é um fator importante no desenvolvimento ou desconstrução pessoal, pois a insatisfação causará alguns problemas para ambas as partes em determinados momentos de suas vidas, e todos responderão muito bem. Mas fazer isso com certeza será prejudicial tanto na prática docente quanto na aprendizagem do aluno (MEDEIROS, 2017).
Segundo a pesquisa de Freitas e Silva (2016), a relação professor-aluno deve ser pautada pela honestidade e tratar a moralidade como uma prática e não como palavras vazias. Curiosamente, o professor educa com base na moral e a utiliza no processo formativo como fonte de inspiração para a reflexão crítica sobre o seu comportamento atual e futuro. Neste processo, os alunos irão assimilar e copiá-lo na sala de aula como sociedade os conhecimentos aprendidos, porque o professor não só proporciona a aprendizagem de línguas, mas também a aprendizagem de atitudes e gestos.
Contudo, os professores são os influenciadores diretos dos alunos na sala de aula. Muitos dos problemas enfrentados pela escola advêm de várias situações de impacto social não resolvidas e da fragilidade vivida por muitas crianças, que muitas vezes têm consequências irreversíveis na escola (PAIVA; SILVA, 2015).
Na escola, por meio das relações estabelecidas, os alunos têm a oportunidade de ampliar sua referência de desenvolvimento emocional, intelectual e social, e é o professor que interage de perto com eles.
No processo de interação professor-aluno, não se pode negar a influência dos professores no comportamento do aluno ou no desempenho cognitivo. O efeito é positivo quando domina a conversa, o afeto, o respeito, valorizando os saberes e sentimentos dos alunos. Por outro lado, quando se observam sentimento de rejeição, apatia, autoritarismo, crítica ao conhecimento e comportamento dos alunos na relação, o efeito é negativo, gerando tensão, agressividade e atitudes desinteressadas que levam à possibilidade de reprovação acadêmica. (NUNES et al. 2013).
No entanto, é conveniente que o professor não use suas próprias habilidades de autoridade e habilidades para difundir seus próprios valores e princípios. Estes valores e princípios estão relacionados à sua moral e conceitos morais, mas são considerados verdadeiros. Ao contrário, é preciso que os alunos não reduzam seus próprios saberes, sejam eles pessoais e / ou intelectuais, mas ampliem o seu próprio escopo do conhecimento a partir da reflexão em sala de aula, de forma a gerar novos conhecimentos com os alunos (FREITAS; SILVA, 2016).
Conforme enfatizado por Oliveira et al. (2020), as crianças serão capazes de desenvolverem-se de forma positiva ou negativa em relação aos outros e auto diferenciação. Esse desenvolvimento só pode ser alcançado por meio do cuidado que existe na relação, independente do gênero, mas apenas por meio do papel do professoraluno, que é fundamental para a formação ativa desse último. Caso essa relação não seja positiva, o aluno também poderá se desenvolver, mas pode ser complicado no futuro.
A relação professor-aluno é importante no processo de ensino, e os professores precisam utilizar estratégias em diferentes situações, proporcionando situações como diálogo, jogos, aprendizagem orientada, etc., para que possam se comunicar e se expressar, criando um espaço de acolhimento, confiança e autoestima.
Estabelecer uma relação saudável entre professores e alunos, respeito mútuo, companheirismo, humor e compartilhamento são essenciais para a compreensão e compreensão do conteúdo. Portanto, um ambiente de aprendizagem em ambiente saudável proporciona maior assimilação dos conteúdos, e a convivência conflituosa dificulta sua assimilação.
De acordo com Benedetti Filho et al. (2020) na maioria das escolas brasileiras, observa-se a transmissão de conhecimentos de professor para aluno, geralmente adotado um método que evita que os alunos pensem e não desenvolvam o raciocínio próprio, prejudicando todo o processo de aprendizagem. As salas de aula (como as preconizadas pelas metodologias tradicionais) costumam ser caracterizadas pela postura passiva dos alunos, que são apenas espectadores de informações, sem nenhuma reação crítica.
Nesse caso, o papel do aluno é repetir as informações recebidas e imitar o modelo inserido pelo professor sem problemas. Essa experiência da educação brasileira tem sido amplamente replicada em outros ambientes sociais, resultando em um cidadão não crítico, que é apenas uma repetição do ponto de vista de um terceiro.
Em resumo, pode-se concluir que a interação entre professores e alunos é um dos componentes mais importantes do sucesso docente. Se não houver convivência ativa entre essas duas disciplinas, não haverá aprendizagem de qualidade, portanto, afetará a formação geral do aluno.
Considerações finais
Portanto, conclui-se que, a interação entre professores e alunos é um dos componentes mais importantes para o sucesso do ensino. Não pode haver aprendizagem de alta qualidade sem uma convivência ativa entre os sujeitos envolvidos.
O professor, como formador e gestor do processo de aprendizagem na escola, é responsável por garantir que no cotidiano da instituição, a atuação da interação colabore para o alcance dos objetivos educacionais, sendo ele quem media essa relação.
Portanto, verifica-se que os professores devem explicar e analisar os conflitos e tensões no mundo escolar em seu trabalho como líderes e expressores, mas se preocupam muito com a relação que se estabelece entre professores e alunos, pois estes interferem gravemente na aprendizagem dos alunos. O ensino e aprendizagem enquanto objetivo do trabalho docente, é de vital importância para o fortalecimento individual.
Ao mesmo tempo, cabe ao professor garantir um bom relacionamento com os alunos, intervindo nos possíveis conflitos entre eles e, principalmente, formulando estratégias para que os professores compreendam e percebam o importante papel das relações no processo de aprendizagem. Estabelecer a aprendizagem, de forma a estabelecer relações empáticas com os alunos, de forma a otimizar os resultados educacionais.
Referências
BENEDETTI FILHO, E.; CAVAGIS, A.; LIMA, M.; BENEDETTI, L. Fuga! Um jogo de tabuleiro desenvolvido para a revisão de conceitos de Química. Revista Insignare Scientia - RIS, v. 3, n. 1, p. 77-95, 2020.
CIMINO, V. O Papel do educador na era da interdependência. São Paulo: Clio Editora, 2007.
FREITAS, D. F.; SILVA, F. D. E. Relação professor-aluno e a questão da ética. Revista de Pesquisa Interdisciplinar, Cajazeiras, v. 1, Ed. Especial, 92-98, set/dez. de 2016.
MEDEIROS, M. F. de. O papel da afetividade na relação professor e aluno e sua implicações na aprendizagem. Revista on line de Política e Gestão Educacional, Araraquara, p. 1165–1178, 2017.
NUNES, M. R. M.; et al. O professor frente às dificuldades de aprendizagem: Ensino público e ensino privado, realidades distintas?. Revista de Psicologia, Fortaleza, v. 4 - n. 1, p. 63-74, jan./jun. 2013.
OLIVEIRA, M. S. L. et al. Diálogos com Docentes sobre Ensino Remoto e Planejamento Didático. Coleção Ensino Remoto, Recife, v. 1, p. 1-46, 2020.
PAIVA, R. I. D.; SILVA, S. L. A. A importância da didática no processo de ensino e aprendizagem: a prática do professor em foco. Revista Ensino Interdisciplinar, v. 1, nº. 1, Julho/2015 UERN, Mossoró, RN.
Essa relação professor-aluno encontra paralelo na relação Mestre-Neófito.